:: O ILUMINADO ::
de Stanley Kubrick
(The Shining, 1980)
Na verdade não entendo porque se apela tanto pro "Sobrenatural" em filmes de terror; a Natureza e a Realidade já não possuem um vasto estoque de material horrífico pronto para ser explorado, para o bem do susto e da terrificação do público? Na real, nem mesmo vejo muito sentido na própria palavra "sobrenatural", que me parece vir contaminada com um preconceito idealista/platônico/cristão: aquele de quem julga que existe uma "outra dimensão" que transcende esta que conhecemos, onde viveriam os deuses, os anjos-da-guarda, os capetas, os conceitos eternos e imutáveis, entre outras falcatruas. Pura superstição! E a superstição, dizia Spinoza, é só o "asilo da ignorância", além de ser também uma parteira de medos. Talvez se explique este constante "apelo ao sobrenatural" nos "filmes de medo" por isso, pois: são justamente os supersticiosos as criaturas mais temerosas. E explorar emocionalmente estes temores, brincar com eles, às vezes expô-los ao ridículo ou fazê-los mostrarem sua cara num grito, é uma das tarefas a que o cinema de horror se propõe... É uma hipótese.
Eu nunca consegui curtir a literatura de Stephen King e seus best-sellers furrecas que exploram superstições populares mais para fins de auto-enriquecimento do autor do que qualquer outra coisa. E por muito tempo achei estranho que um artista de tanta magnitude quanto Stanley Kubrick tenha escolhido filmar a obra dum autor deste naipe (não chega nem a ser um pica-fumo...). Ainda mais sabendo que K. trampou sobre material muito mais interessante provido por autores bem mais "refinados" como um Burgess (Laranja Mecânica), um Schnitlzer (De Olhos Bem Fechados) ou um Nabokov (Lolita) --- sem falar que seu filme anterior, Barry Lyndon, era uma adaptação de um romance inglês "clássico" do século 19 escrito por Thackeray.
Eu nunca consegui curtir a literatura de Stephen King e seus best-sellers furrecas que exploram superstições populares mais para fins de auto-enriquecimento do autor do que qualquer outra coisa. E por muito tempo achei estranho que um artista de tanta magnitude quanto Stanley Kubrick tenha escolhido filmar a obra dum autor deste naipe (não chega nem a ser um pica-fumo...). Ainda mais sabendo que K. trampou sobre material muito mais interessante provido por autores bem mais "refinados" como um Burgess (Laranja Mecânica), um Schnitlzer (De Olhos Bem Fechados) ou um Nabokov (Lolita) --- sem falar que seu filme anterior, Barry Lyndon, era uma adaptação de um romance inglês "clássico" do século 19 escrito por Thackeray.
Mas hoje considero seu Iluminado, como já se tornou canônico, um dos clássicos supremos do cinema de terror. Com uma ressalva: a parte "sobrenatural" de O Iluminado é a que eu gosto menos --- o talento de "vidente" do garotinho ou as "assombrações" que vagam pelo hotel (e em especial na suíte fatídica onde o sangue das gêmeas foi derramado), me fedem muito à superstição barata Kinguiana, material de novelas de susto tosqueira, para serem dignas de Kubrick...
Este, porém, fez de O Iluminado uma obra que retrata horrores domésticos reais que ocorrem em um casamento em crise que vai descambando para a violência extrema, descendo numa espiral demencial. Graças à ausência de Deus, este filme fede à realidade! Descreve de modo eloquente, poderoso e inesquecível o desagregamento psíquico causado pelo excesso de isolamento e por um relacionamento afetivo que se torna envenenado por falta de "arejamento" e "ventilação". Kubrick, enfim, fez um filme que fala profundamente sobre as realidades terrenas, a ponto de ser fácil perdoar os deslizes que o filme dá para a superstição extra-terrena...
Este, porém, fez de O Iluminado uma obra que retrata horrores domésticos reais que ocorrem em um casamento em crise que vai descambando para a violência extrema, descendo numa espiral demencial. Graças à ausência de Deus, este filme fede à realidade! Descreve de modo eloquente, poderoso e inesquecível o desagregamento psíquico causado pelo excesso de isolamento e por um relacionamento afetivo que se torna envenenado por falta de "arejamento" e "ventilação". Kubrick, enfim, fez um filme que fala profundamente sobre as realidades terrenas, a ponto de ser fácil perdoar os deslizes que o filme dá para a superstição extra-terrena...
Jack Torrance (numa performance sensacional de Jack Nicholson, que sempre dá um bom louquinho [é só ver Um Estranho no Ninho]) é com certeza um dos psicopatas mais notáveis do cinema --- tão memorável quanto Hannibal Lecter. E com este personagem Kubrick prossegue sua investigação sobre a gênese e os comportamentos desviantes de "mentes perversas e sádicas" (tema que já o tinha ocupado em Doutor Fantástico, Laranja Mecânica e Nascido Para Matar) .
>>> OS MALEFÍCIOS DO ISOLAMENTO
Desde a entrevista em que Jack Torrance “vende seu peixe” para os donos do hotel, garantindo que é o cara perfeito pro trampo, percebe-se que a situação em que ele vai se meter já deixou outros homens antes dele com a mente em frangalhos. É uma situação com um imenso potencial de enlouquecer até o mais são e controlado dos homens: morar por 6 meses num imenso hotel vazio, no meio do nada, ilhado por montes de gelo, num local tão inacessível às autoridades que bem poderia ser um mega-iglu na vastidão da Antártida... Quem de nós não ficaria pinéu?!
Aquele hotel simboliza o isolamento absoluto, um ermitério obrigatório, onde não se adquire a sabedoria dum Zaratustra mas onde são geradas reações psicóticas. "The movie is not about ghosts but about madness and the energies it sets loose in an isolated situation primed to magnify them", escreve Roger Ebert. Sim: O Iluminado não nos assusta tanto por causa de suas "assombrações" (que podem ser vistas como meras alucinações dos personagens), mas sim pela assustadora irrupção de violência psicótica real naquela conjuntura tão endoidecente.
Claro que, para qualquer casal, passar por uma experiência dessas é uma prova cruel, já que lança o relacionamento numa espécie de "estado algematório". Em outras palavras, e para usar uma expressão do poeta francês René Crevel, aqueles dois estão "condenados à escravatura recíproca de todos os instantes". Que casamento sobreviveria se os "pombinhos", por mais que se amassem perdidamente, fossem trancados no mesmo espaço físico por 6 longos meses de nevasca, como dois pássaros na mesma gaiola? O que o ocorre é similar ao que rola na clássica peça de Jean Paul Sartre, “Entre Quatro Paredes”, na qual um dos personagens a certo ponto ralha contra a obrigatoriedade daquelas companhias compulsórias com a frase clássica: “O inferno são os outros”...
>>> WRITER'S BLOCK IS THE DEVIL'S PLAYTHING
Supostamente isolado ali para dar à luz alguma obra literária sensacional, Jack Torrance fracassa radicalmente em seus intentos --- e seu pseudo-livro traz somente algumas centenas de páginas onde se lê a mesma frase (“All work and no play makes Jack a dull boy”). Frase engraçada, se não surgisse num contexto tão violento, e que parece apontar para o velho dito popular: “Mãos desocupadas são a oficina do diabo".
Sua pretensão de sentar-se frente à máquina de escrever pelo longo inverno para produzir uma obra-prima literária é talvez mais um sonho de criar sem ter o talento para tanto. Ao invés de se concentrar na sua criação (rascunhando capítulos ou lendo outros autores em busca de inspiração, p. ex.) vemos Jack Torrance num período de completa secura e "apatia" criativa. Não tenho dúvida que isso tenha culpa no cartório na gestação de sua psicose. Esta frustração do artista falhado (e que se entedia no seu fracasso), sua irritação com o surgimento deste writer's block, são outros elementos (fora o isolamento e a crise conjugal) que vão se somando no caldeirão de sua loucura, que lentamente ferve...
Simbólico disso é que ele, que passa os dias tacando uma bolinha de tênis na parede, ao invés de reconhecer-se como único culpado por sua "infertilidade literária", teima em ralhar com a esposa --- como se fosse por culpa dela (de suas intromissões que quebram sua concentração, p. ex.) que o livro não sai da cachola.
>>> CONCERTO DE ALUCINAÇÕES
Em O Iluminado há também uma espécie de concerto polifônico de alucinações, em que cada um dos três personagens principais delira a seu modo --- sendo que são, no caso da esposa e do filho, essencialmente delírios de temor e, no caso de Jack, fantasias sexuais e destrutivas.
Wendy (Shelley Duvall, com seu jeito frágil e temeroso) é quem mais se apavora no filme --- e menos com "histórias de fantasma" do que com as “estranhas transformações”, quase bestiais, que acometem seu marido durante o “exílio glacial”. O filme não nos dá elementos para julgar o tamanho do contraste entre o relacionamento antes da temporada no hotel e a crise conjugal severíssima que se instala ali. Mas, a julgar pelo pavor que Wendy demonstra, algo de muito sensível e delicado foi rompido em sua psique, algum rasgo cruel foi realizado contra a imagem que tinha do marido, a ponto dela, como um animalzinho acuado, procurar defender-se dum homem que se transforma para ela num predador. Poucos filmes que eu conheço demonstram tão bem o quanto o temor é um elemento potencializador da agressividade.
Wendy nos aparece no filme como uma mulher ferida pela selvageria de seu cônjugue, incapaz de suportar por mais tempo uma convivência que tornou-se envenenada, e que teme pela vida de sua cria frente à progressão da “doença” que diagnostica em Jack (mas que talvez seja “amplificada” por sua paranóia: ela imagina que Jack é mais perigoso do que é em virtude de todos os ferimentos que ele andou lhe infligindo, e por isso o ataca fisicamente antes dele ter lhe tocado um dedo, quase que como um revide/represália).
É Wendy quem ataca primeiro, lembram-se? Ao menos o primeiro ataque físico parte dela: sentindo-se ameaçada pelo marido, depois de recuar de costas pelo longo salão, debaixo das "provocações morais" de Jack (“você não tem nenhuma idéia de ética e moral? Não sabe que assinei um contrato que me responsabiliza por este hotel? Não significa nada para você meu dever profissional?”), ela manda uma cacetada na cabeça dele com um taco de baseball, fazendo-o despencar escadaria abaixo. Depois o tranca na despensa e tenta fugir com o filho. O segundo ataque físico bem-sucedido também é dela: uma facada na mão de Jack que, depois de ter destruído a porta a machadadas, tenta girar a chave do banheiro onde ela se esconde.
O personagem da criança também é crucial como uma espécie de “ponto” de onde o temor surge e se espalha como uma epidemia. Privada da convivência com pimpolhos de sua idade, dirigindo seu triciclo por acabrunhantes corredores cheios de eco, o pequeno não tem escolha a não ser virar um joguete de sua própria imaginação. É a criança quem tem “visões” sangrentas, supostamente proféticas, em que uma cachoeira de sangue subitamente jorra por detrás das portas e arrasta todos os finos móveis numa enxurrada vermelha. É ele que imagina “acontecimentos macabros” na suíte 271 e que se depara com as estranhas gêmeas, assassinadas pelo pai décadas atrás no mesmo local, vagando por ali como espíritos zombeteiros de uma casa mal-assombrada...
Também, pudera: se a imaginação da criança é capaz de representar cenas tão horríficas e acabrunhantes, é pois o insensível paizão semeou na mente do pequeno as raízes deste temor. No carro, quando estão chegando no hotel, ele conta a história de um grupo de pessoas que ficou completamente “ilhada” por uma tempestade de neve e que teve que recorrer ao canibalismo para sobreviver. A mãe protesta contra a atitude do marido de compartilhar um conto tão da cripta com o fedelho, mas o pai, desdenhoso e irônico, brinca: “Não se preocupe, ele já viu tudo sobre canibalismo na televisão”.
Jack também delira, mas seus delírios são menos paranóicos e mais hedonistas, revelando suas tendências para o alcoolismo e o adultério, sem falar em seus temores quanto à degenerescência da mulher. Ele sonha ser o predileto do bartender, a quem servem-se uísques gratuitos. Fantasia com uma mulher nua e deslumbrante, que emerge da banheira e o convida, sem palavras, a usufruir de seu corpo. Ele sonha com uma “tirania” de seu poder e de seus caprichos, em que a esposinha submissa ficaria longe do seu sagrado “palácio de trabalho” e acataria todas as “medidas corretivas” que ele tenciona lhe aplicar.
>>> COMPLEXO DE ÉDIPO (DE NOVO NÃÃÃÃO!)
Também me parece que um certo desconforto angustioso surge no filho em sua relação com o pai e está na gênese do enlouquecimento coletivo que se processa ali. Talvez seja o Complexo de Édipo, apesar de ser já um clichêzão querer apelar mais uma vez para o “ás na manga” de tantos psicanalistas para explicar as tretas familiares. Mas persigamos a hipótese: talvez o menininho, muito afeiçoado à sua mãe, vendo seu pai como um rival um tanto "bruto" (sabe-se ainda que ele é um ex-alcóolatra e já machucou a criança no passado...), manifeste sua predileção pela mãe a ponto de irritar o seu "velho" nas profundezas de seu ser.
Muito simbólico disso é aquela terrificante perseguição final, em que a criancinha corre pelas vielas de gelo do labirinto, perseguida por um Pai-Monstro, quase um Bicho-Papão, com uma machadinha afiada em punhos, e que vem bufando como um búfalo, pronto para o infanticídio... E não tenho dúvidas de que, naqueles momentos terríveis, o que o pequeno mais queria reencontrar era o conforto do regaço materno. Se, na formulação clássica do Complexo de Édipo, é a criança quem deseja assassinar o pai para ter o amor da mãe inteiro para si, em O Iluminado ele se manifesta como um ódio do pai dirigido contra a criança que inconscientemente o odeia. Há poucas cenas na história do cinema, que eu me lembre, que mostrem de modo tão angustiante o "Labirinto da Família" quando este atinge perigosos extremos de demência.
Kubrick explora a imagem do labirinto de modo brilhante --- não só literalmente, como um espaço físico onde cenas importantes se desenrolam, mas metaforicamente. Uma cena chave é aquela em que Jack observa, soberano e patriarcal, uma maquete do labirinto. A câmera de Kubrick penetra nele e, num truque de magia fílmica digna de Mélies, somos levados ao labirinto real onde Wendy e a criança, no "idílico" início das férias no hotel, acabam por se perder. O Overlook Hotel inteiro, conforme o filme progride, vai se tornando um imenso labirinto onde a esta família em crise vai se perder...
>>>> METÁFORA DO MASSACRE INDÍGENA?
Pra muitos vai soar como pura forçação-de-barra e invencione de crítico maluco, mas há quem afirme de pé-junto que O Iluminado é na verdade uma imensa metáfora sobre o genocídio dos Nativos Americanos que foram dizimados quando o EUA se constituía como nação.
É a tese sustentada num artigo do San Francisco Chnonicle, de 1987, em que Bill Blakemore argumenta (de modo até bem convincente) que a obra de Kubrick está repleta de alusões cifradas ao sangrento passado americano e que a obra é sobre "o assassinato de uma raça e as consequências deste assassinato".
Lembremos que, segundo o filme nos conta, o gigantesco e luxuoso hotel foi construído sobre "an indian burial ground" (um cemitério indígena) e que sofreu ataques dos "selvagens" quando estava sendo construído. Os chiquérrimos bailes do 4 de Julho que se desenrolaram naquele espaço são outra alusão a um episódio histórico - o Dia de Independência dos Estados Unidos - que possui um significado não muito celebratório para os indígenas. Isso seria um modo poético de Kubrick apontar que toda a suntuosidade e luxo dos edifícios americanos ergue-se sobre os ossos dos índios que foram assassinados. A fachada de alta civilização e de nobreza só esconde a barbárie que a precedeu. Walter Benjamin: "Todo monumento da cultura é um monumento da barbárie".
Quando o menino vê aquela enxurrada de sangue descendo pelas fendas do elevador e tornando-se um caudaloso rio que banha os móveis e tapetes finos do Overlook Hotel, todo decorado com arte indígena, talvez a "percepção extra-temporal" do pimpolho-vidente não seja exatamente profética, como temos a tendência a achar, mas muito mais uma "vidência do passado". "We never hear the rushing blood", escreve Blakemore. "It is a mute nightmare. It is the blood upon which this nation, like most nations, was built".
É bem significativo, também, que esta hospedaria-para-ricaços, este monolítico hotel 5-estrelas, chame-se "Overlook" --- palavra que pode significar uma "passada de olhos" ou uma "panorâmica" (sobre a paisagem, por exemplo), mas que também possui o significado de algo não-notado, reprimido, recalcado, subestimado.
Subestimação e recalcamento: foi justamente o tratamento recebido pelos horrores cometidos contra as populações nativas da América do Norte na época da colonização inglesa, como bem aponta Blakemore: "The Shining is explicitly about America's general inability to admit to the gravity of the genocide of the Indians - or, more exactly, its ability to 'overlook' that genocide."
É bem significativo, também, que esta hospedaria-para-ricaços, este monolítico hotel 5-estrelas, chame-se "Overlook" --- palavra que pode significar uma "passada de olhos" ou uma "panorâmica" (sobre a paisagem, por exemplo), mas que também possui o significado de algo não-notado, reprimido, recalcado, subestimado.
Subestimação e recalcamento: foi justamente o tratamento recebido pelos horrores cometidos contra as populações nativas da América do Norte na época da colonização inglesa, como bem aponta Blakemore: "The Shining is explicitly about America's general inability to admit to the gravity of the genocide of the Indians - or, more exactly, its ability to 'overlook' that genocide."
E aí, fez algum sentido?
assista o making of:
baixe a trilha sonora:
PROSSIGA LENDO: SLANT --- BILL BLAKEMORE --- ROGER EBERT --- REELVIEWS --- FILME DO LIVRO --- GERALDO GALVÃO NA CULT.
Cara, tendo a concordar contigo quanto à obra do King. Reforça isso o fato de eu já ter lido que ele não gostou do filme do Kubrick, e de ter preferido uma outra versão cinematográfica posterior, bem ruinzinha, que passou no Brasil no formato de mini-série, uns bons anos atrás. Parece que essa outra versão é mais fiel ao livro, tem umas diferenças no final da história, e talvez por isso ele prefira essa, em detrimento à obra-prima do Kubrick. Mas tudo bem... Apesar disso, tenho boas lembranças de leituras de livros do Kubrick na infância --- Carrie, principalmente. E vários outros filmes baseados em obras dele --- alguns (livro e filme) bem bobos, é verdade --- são clássicos pessoais: It, Tommyknockers, Needful Things, Às vezes eles voltam, A Tempestade do Século...
ResponderExcluirHey Fabrício! Massa te ver por aqui! Também fiz das minhas leituras adolescentes de Stephen King e hoje até consigo, olhando pra trás mais com ironia do que com nostalgia, achar aquilo um "bom entretenimento"... mas nada além disso. Não consigo respeitar muito o Stephen King como escritor, e ele perde ainda mais pontos comigo por não ter reconhecido o valor da adaptação do Kubrick --- talvez seja birra de quem não consegue admitir que outro artista melhorou sua obra, criou algo mais foda em cima do material original... O Kubrick, aliás, era mestre nisto de adaptar magistralmente livros não tão magistrais assim: eu não li, mas dizem que o romance que inspirou "Doutor Fantástico" é bem medíocre; e livro do Arthur C. Clarke, por melhor que seja, fica longe de ser uma obra de tamanho impacto e genialidade quanto o "2001" kubrikiano... De qquer modo, como você falou, uma pá de filmes inspirados em King viraram pequenos clássicos do Terror, sim, mas acho que funcionam melhor se os assistirmos na base da chacota, quase como "comédias involuntárias", porque como filmes terrificantes (ainda mais depois de Dogville, Irreversível, Anticristo...) eles me soam bobos e chochos... Abraços procê e cole sempre por aqui! Ah, e um brinde à Dying Days!!!
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