É raro que eu depare com um curta brasileiro tão impactante quanto foi pra mim o Ilha das Flores, de Jorge Furtado, assistido quando eu ainda era pivete e ardentemente entusiasmável. Ainda lembro vivamente da indignação que senti ao ver seres de tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor sendo porcamente tratados, mais abandonados que suínos, tendo que rastejar no lixão em busca de alimentos apodrecidos...
Nos últimos tempos, o documentário (curta) mais memorável que conferi foi A Casa dos Mortos, realização da doutora em antropologia Débora Diniz [Lattes], professora da Universidade de Brasília e autora de outros filmes muito provocativos sobre questões espinhosas como o aborto e a eutanásia. O audacioso projeto de Débora foi filmar as entranhas de um manicômio judicial na Bahia, ouvir os detentos cuja voz não costuma ser admitida nas salas-de-estar, retirar o véu que cobre uma realidade complexa, inquietante e aflitiva...
Ah! E o filme casaria muito bem com Estamira numa sessão dupla...
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