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terça-feira, 26 de outubro de 2010

<<< Meliès >>>

 
BREVE EULEGIA
À MÈLIES, LE MAGIQUE!

 Algumas das mais reluzentes pérolas dos primórdios do cinema saíram da cachola de Meliès, Le Magique. A sétima arte ainda engatinhava. Era o despontar do século 20, seus primeiros passos. E já espalhava-se como fogo no rastilho a fascinação pelas possibilidades trazidas pelo cinematógrafo, aquela mágica caixa de animar fotografia... Mèlies foi um dos "magos" mais geniais desta aurora de uma nova arte, mostrando que somente captar a realidade, em pura verossimilhança, não era a única das potencialidades do cinema. Que, através dele, era possível criar "perceptos" ainda inexistentes. Que ele podia ser o veículo para uma magia alquímica. Com a nova invenção, um mágico como Mèlies pode fazer proezas dantes inimagináveis: faz os esqueletos dançarem, manda astrônomos para a Lua, desce às profundezas do oceano, faz todos os móveis de um quarto caberem dentro de uma mala, além de estar investido do poder de conceder a suas criaturas o dom da invisibilidade ou da desaparição súbita... O jeito brincalhão e lúdico deste grande precursor não cessaria de ecoar por décadas de cinema mudo, deixando sua marca em Chaplin, Keaton e tantos outros. Talvez não haja outro cineasta que tenha levado tão à sério, em sua jovial e jorrante criatividade de criança, a idéia de "brincar de Deus"...



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